Jurisplâncton (2020)
Maria Lúcia Cruz Correia e Vera Mantero
Trailer Vera Mantero
Maria Lucia Cruz Correia
Em 2019 o FMI afirmou ter descoberto nas baleias a solução para o excesso de dióxido de carbono na atmosfera. As baleias podem salvar-nos do aquecimento global! Uh, bom, mas, hmm, isso só acontecerá SE os números de baleias nos oceanos voltarem ao que eram antes de as caçarmos intensivamente, pelo menos nos últimos 150 anos... É um grande SE... Conseguiremos convencer as baleias a entrarem num regime de reprodução frenética o mais rapidamente possível para nos salvarem?... Salvar-nos a nós, que as fizemos em fanicos?... Como convencê-las?…
Vera Mantero
Performance-conferência criada no âmbito da rede Terra Batida, proposta por Marta Lança e Rita Natálio, e apresentada pela primeira vez no São Luiz Teatro Municipal, no âmbito do Alkantara Festival 2020.
Neste evento, Vera Mantero e Maria Lúcia Cruz Correia partilharam a sua pesquisa para estimular a consciência em torno de uma ecologia interior e colectiva, a percepção do que são crimes ambientais e a função dos direitos da natureza. Um formato estranho como o fundo do mar, envolvendo justiça restaurativa, performance, sexo entre baleias, rituais, participação, silêncio e um contrato com o mar. Vera Mantero apresentou uma performance-conferência e Maria Lúcia Cruz Correia uma vídeo-conferência com os convidados Maria Inês Gameiro (jurista), Margarida Mendes (curadora e pesquisadora), Ricardo Próspero e Gonçalo Carvalho da Sciaena.
As apresentações contam com a presença da jurista Maria Inês Gameiro, da curadora e pesquisadora Margarida Mendes, Ricardo Próspero da Geota e Gonçalo Carvalho da Sciaena.
Artista licenciada em Design Gráfico pela ESAD (PT) e pós-graduada em performance e cenografia pelo APASS (BE). Os seus projectos são participativos, criando plataformas autónomas e temporárias em colaboração com cientistas, climatologistas, ativistas e advogados. O seu percurso artístico é informado por discursos sobre o antropoceno, colonialismo, mudança climática e crimes ambientais. Desde 2014, é artista em residência no Vooruitkunstcentrum/ Bélgica e é apoiada pela rede Imagine 2020.
Estudou dança clássica e contemporânea e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989. Tornou-se um dos nomes centrais da Nova Dança Portuguesa, tendo iniciado a sua carreira coreográfica em 1987 e mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Uruguai, Brasil, Canadá, Chile, Coreia do Sul, EUA e Singapura. Criou as instalações performativas “Oferecem-se Sombras” (2013) e “Mais Pra Menos Que Pra Mais” (2013 e 2014). Estes projectos, bem como as peças “Vamos Sentir Falta de Tudo Aquilo de Que Não Precisamos” (2009) e “O Limpo e o Sujo” (2016), esta última inserida no ciclo “As Três Ecologias” que Mantero comissariou com Mark Deputter e Liliana Coutinho no Teatro Maria Matos, posicionam-se de forma assertiva relativamente a temas como sustentabilidade ambiental e económica e cidadania. Em 1999 a Culturgest organizou uma retrospectiva do seu trabalho e em 2004 representou Portugal na 26ª Bienal de São Paulo com Comer o Coração, co-criado com Rui Chafes. Em 2002 recebeu o Prémio Almada (IPAE/Ministério da Cultura) e em 2009 o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira. Em 2018 foi nomeada Figura Intelectual Ibero-Americana, uma iniciativa da Fundación Avina no âmbito de profissionais que deram o seu contributo no campo da sustentabilidade ambiental.
Licenciatura em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (2001). Mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Católica (2007). Doutorada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Desenvolve a sua actividade como consultora jurídica e investigadora, tendo participado em projectos de investigação nacionais e europeus. A sua área de trabalho centra-se no diálogo entre a ‘sociedade técnica’ contemporânea e o Direito, patente no Direito Administrativo, no Direito do Ambiente e no Direito da Propriedade Intelectual, designadamente nos domínios do Direito do Mar e das biotecnologias marinhas e do Direito da Alimentação. Áreas de interesse: Direito Internacional Público, Direito Administrativo, Direito da União Europeia, Direito do Mar, Direito do Ambiente, Direito da Propriedade Intelectual, Direitos Fundamentais.
Curadora, investigadora e activista, vive em Lisboa. A sua pesquisa - com enfoque no cruzamento da cibernética, filosofia, ecologia e filme experimental - explora as transformações dinâmicas do ambiente e o seu impacto nas estruturas sociais e no campo da produção cultural. Integrou na equipa curatorial da 11a Bienal de Gwangju (2016) e da 4a Bienal de Design de Istambul (2018). Em 2016, curou a exposição MATTER FICTIONS, no Museu Berardo, publicando um livro em conjunto com a Sternberg Press. É consultora de ONGs ambientais que trabalham em política marinha e mineração no mar profundo e dirigiu também diversas plataformas educacionais, como escuelita, uma escola informal do Centro de Arte Dos de Mayo - CA2M, Madrid (2017); O espaço de projectos The Barber Shop em Lisboa dedicado à pesquisa transdisciplinar (2009-16); e a plataforma de pesquisa curatorial sobre ecologia The World In Which We Occur (2014-18). Margarida Mendes é doutoranda no Centre for Research Architecture, Visual Cultures Department, Goldsmiths University of London com o projecto “Deep Sea Imaginings” e colabora frequentemente com o canal online de vídeo reportagem Inhabitants.