Aeromancia (2023)
Alina Ruiz Folini
Ao conhecer as minas abandonadas do Cabeço do Pião, no Fundão, ficou no corpo o sufoco dos restos tóxicos da mineração: partículas de poeira contaminadas, histórias silenciadas dos trabalhadores explorados e, também, a monocultura do sistema heterossexual obrigatório. Partindo desse afeto, tomamos como ponto de partida o gesto da respiração na sua potência transformadora e alucinatória. Investigamos a matéria do ar como uma interface invisível e viva, que cria circulações e misturas inesperadas entre seres humanos e mais que humanos. Conspiramos ficções de uma comunidade conectada através do ar e pelos ritmos coletivos da respiração. Experimentamos erotismos e vitalidades a partir da escuta da respiração, convocando forças vaporosas, etéreas e circulantes.
Conceito e direção: Alina Ruiz Folini
Criação e performance: Alina Ruiz Folini, Emily da Silva, Bibi Dória
Criação em vídeo: Patrícia Black
Apoios: Bolsa de Formação Fundação Calouste Gulbenkian, DAS Choreography, Universidade das Artes de Amsterdão - AHK
Residências: Estúdios Victor Cordon (Lisboa), Estúdio Parasita (Lisboa), Piscina (Lisboa), Materiais Diversos / Grand Studio (Bruxelas)
Fotos de cena: André Carrilho / Alkantara
A performance de Alina Ruiz Folini foi criada no contexto da residência Terra Batida 2023, em parceria com o Município do Fundão. Durante duas semanas, em maio, o projeto aprofundou-se nos desafios em torno da exploração mineira, do risco de megaincêncios, da história de monocultura de pinheiro e da invenção nacional da cereja da Serra da Gardunha.